A Evolução do Mundo e o Ballet
Há um vídeo que viralizou nas
redes sociais onde um senhor compara as evoluções do mundo com o sistema de
ensino em diversos países. Ele exemplifica com um carro fabricado em 1927, que
possui características completamente distintas de um carro moderno, mostra
também um dos primeiros modelos de telefone e depois um smartphone, onde a
essência (comunicação) continua a mesma, mas os processos foram melhorados.
Na área
cultural as mudanças também foram drásticas. A forma de produzir e
difundir a música mudou completamente nos últimos tempos, inclusive a língua
portuguesa passou por alterações que vão desde a forma de falar até a mudança
na grafia de várias palavras, mais um exemplo onde a essência foi mantida,
porém os processos evoluíram para melhor.
Em 1927
foi criada a escola de ballet do Teatro Municipal do Rio de Janeiro (Escola
Estadual de Dança Maria Olenewa) e por um longo período o investimento por
parte do setor público foi considerável, mas atualmente os bailarinos desta
instituição fazem campanha para arrecadação de alimentos por estarem há meses
sem salário.
Nas
escolas privadas o quadro também é muito preocupante no Brasil, mesmo entre as
mais tradicionais, sendo que algumas estão em estado precário e outras já chegaram
à falência completa por falta de alunos.
Mudanças
tão radicais na sociedade geram a necessidade de adaptação ou corremos o risco
de ver nossa arte perecer quando não há evolução.
Pesquisando para a elaboração de
meu próximo livro encontrei uma sapatilha de ponta fabricada pela Chicago
Theatrical Shoe Company, em 1927, que possuía uma ponteira de metal! Vale a
comparação com as sapatilhas de ponta utilizadas hoje, projetadas com alta
tecnologia. Todas estas mudanças foram motivo
de muita polêmica, algumas ainda são.
Voltando ao assunto inicial:
atualmente as crianças assimilam o conhecimento de uma maneira diferente, pois
têm acesso a informações e processos que nenhuma outra geração teve, ou seja,
respondem de forma diferente para cada tipo de estímulo.
É preciso manter a essência, mas
os processos podem ser melhorados
Escrevo este artigo para
sugerir um debate propositivo em três perguntas:
1 - Em relação a todas estas
mudanças, como está o ballet?
2 - A forma como o ballet está
sendo ensinado, é para crianças “de hoje” ou do “século passado”?
3 - As escolas de dança, de forma
geral, estão preparadas para sobreviver após estas alterações educacionais e
sociais pelas quais o nosso país tem passado? Ou estão fadadas ao fracasso?
Por Simone Duarte
www.sdballet.net
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