quarta-feira, 30 de junho de 2021

Registro do Patrimônio Imaterial do Breaking como Manifestação Cultural do Estado de Santa Catarina

Na semana passada (25/06) a APRODANÇA – Associação de Profissionais de Dança de Santa Catarina, encaminhou para Diretoria de Patrimônio Cultural de Santa Catarina instauração do processo de Registro do Patrimônio Imaterial do Breaking, como Manifestação Cultural do Estado de Santa Catarina.

Segue abaixo o texto de justificativa e imagem do ofício:


A APRODANÇA – Associação de Profissionais de Dança de Santa Catarina, no alto dos seus 36 anos de fundação representando a dança catarinense seguindo em suas lutas e conquistas avalizada por um coletivo de artistas, professores e pesquisadores de dança, vem por meio deste, JUSTIFICAR instauração do processo de Registro do Patrimônio Imaterial do Breaking, como Manifestação Cultural do Estado de Santa Catarina.

Sobre o Breaking

Breaking é um estilo que está ganhando o seu espaço cada vez mais, dançarinos que desenvolvem manobras acrobáticas conforme as batidas da música manifestam seus estilos e suas características em batalhas e rachas que acontecem de forma individual ou em grupo, esse estilo de dança é um dos pilares da cultura Hip Hop sendo um importante elemento.

“Criada por Afroamericanos, latinos e imigrantes, o Breaking nasceu no bairro do Bronx na cidade de Nova York, se ramificou pelo mundo inteiro através de clipes e filmes na década de 70 é muitos dançarinos começaram a surgir, são eles chamados de B.boys e B.girls, creditado a Kool Herc, considerado um dos nomes mais importantes na criação da cultura Hip Hop.

“Movido por músicas como Original Funk, Groove, Latinas e Africanas, o Breaking tem consigo seus atributos, fundamentos básicos e conceitos, e partindo dai os B.boys e B.girls manifestam seus estilos e características, tendo como objetivo estimular sua criatividade criando combinações únicas.

Porque utilizar o nome Breaking e não BreakDance?

O nome BreakDance foi dado erroneamente pela mídia na década de 80 e nunca foi aceito pelos precursores desta dança. Como uma forma de confusão maior ainda, era usado para definir um conjunto de danças (Breaking, Popping, Locking, etc) que estes meios de comunicação: não entendiam em sua totalidade. Estas danças surgiram em locais e datas diferentes, sendo estes fatos constatados por qualquer pesquisa simples junto a seus expoentes.

Artigo escrito por: Alan, Suiane; Bispo SB, Lu BSB.

Fonte: http://www.cndd.org.br/categoria/breaking/

Chegada no Brasil

A chegada do Breaking no Brasil aconteceu na década de 80, mais precisamente em 1982/1983, e o estilo se expandiu de maneira significativa hoje com vários adeptos dessa dança, tendo representatividade em todo o território brasileiro, que participam de competições solo e em crew (grupo) dentro e fora do país.

Chegada em Santa Catarina

Toda informação chegava primeiro em São Paulo, para depois se difundir em outros Estados Brasileiros, sendo assim em Santa Catarina não foi diferente. As informações eram difundidas pela mídia televisiva na década de 80, e as danças eram geralmente praticadas nas danceterias. Na década de 90 esse movimento cultural ganhou força, podemos citar o Bboy Cachaça (Florianópolis), que muitos dançarinos saiam de suas cidades para trocar experiência com o dançarino. Pelo Grupo de Trabalho (GT Registro Breaking SC) levantamos 24 (vinte e quatro) grupos pioneiros de Breaking do Estado de Santa Catarina. Segue abaixo:

1.    SOS Dance - Criciúma (1991);

2.    The Laws - Criciúma (1994);

3.    Conexão Break Style - Joinville (1998);

4.    Fúria das Ruas - Joinville (1998);

5.    Sistema Break - Criciúma (1999);

6.    UDR Crew - Criciúma (1999);

7.    Free Move Crew - Timbó (2000);

8.    E.D.R B.Boys - Timbó (2001);

9.    Nos Trink Crew - Blumenau (2003);

10. QDR Crew - Blumenau (2005);

11. Start Crew - Balneário Camboriú (2005);

12. Garopaba Atitude Crew - Garopaba (2005);

13. Projeto BEM: Batidas e Movimentos - Dr. Pedrinho (2006);

14. Adrenalina Crew – Curitibanos (2007);

15. Maniac's Crew - Joinville (2008);

16. Max Combo Crew - Timbó (2008);

17. Ecktho Crew - Criciúma (2008);

18. Break Style - Forquilhinha (2008);

19. Free Step Crew – Ponte Alta do Norte (2009);

20. Breaking Stars Crew - Timbó (2011);

21. Quilombo Funk Crew - Jaraguá do Sul (2012);

22. South Flavor Crew - (2013);

23. Positive Origens Crew - Grande Florianópolis (2014);

24. Impacto Danças Urbanas - Lages (2018).


O Breaking nos Jogos Olímpicos de Paris-2024

O Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou no dia 07 de dezembro de 2020 a inclusão do Breaking no programa dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. A decisão favorável à adesão da nova modalidade já era esperada pelos atletas ao redor do mundo. O Breaking está alinhado às propostas do COI de tornar a Olimpíada um evento mais plural, urbano e conectado aos jovens.Os principais destaques além do Breaking é a confirmações de surfe, skate e escalada, esportes que estrearão nos Jogos Olímpicos.

Fontes:

https://www.mg.superesportes.com.br/app/noticias/mais-esportes/2020/12/09/noticia_maisesportes,3876916/confirmado-nos-jogos-olimpicos-de-2024-breaking-precisa-se-estruturar.shtml

https://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/coi-define-programa-de-paris-2024-com-igualdade-de-generos-em-participacao-e-confirma-breakdance.ghtml


Decisão do Superior Tribunal de Justiça STJ onde reconheceu que a dança NÃO está inserida na profissão de Educação Física, acesse e emenda:

Fonte:

https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/919812355/agravo-interno-no-agravo-em-recurso-especial-agint-no-aresp-1631389-pr-2019-0360323-4


III Conferência Nacional de Cultura - A Dança Representada - Aprodança atuante!

 

A proposta de número 3.39 (que foi uma das 20 propostas priorizadas na plenária final) foi uma conquista que necessitou de grande articulação e que representa uma grande conquista para a cultura Hip Hop, pois foi a ÚNICA proposta, de toda a conferência, onde conseguimos, com muita luta incluir e CITAR "Hip Hop" nessa proposta.  Foi a 3ª mais votada do Eixo 3 e esta como uma das 20 PRIORIDADES da III Conferência Nacional de Cultura.  

3ª) Proposta 3.39:


Intensificar e fomentar o reconhecimento de mestres e mestras das culturas populares e tradicionais (mestres de capoeira, Hip Hop, quilombolas, indígenas, sábios, afoxés, jongo e griôs), por meio de certificação do Ministério da Educação (de acordo com a Meta 17 do Plano Nacional de Cultura) ou órgãos afins, com ações atinentes ao IPHAN e ao Ibram, garantindo recursos financeiros para a manutenção de suas expressões artísticas e culturais, através dos editais de premiação da SCDC; intensificando e aprimorando as ações de proteção do patrimônio material e imaterial, versando sobre estudos, pesquisas eformação, apoiando estrategicamente esses processos com a aprovação da Lei de Mestres (Projeto de Lei nº 1.176/2011) e a transformação do Decreto nº 6.040/2007, que institui a Política Nacional do Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais em lei.

Destacamos que o Breaking faz parte de um dos elementos da Cultura Hip Hop, sendo assim a proposta 3.39 da CNC se enquadra em nossa justificativa cultural. 

Fonte:

http://aprodancasc.blogspot.com/2013/12/iii-conferencia-nacional-de-cultura.html

 

Twittaço contra o CREF /CONFEF

No dia 03 de outubro de 2013, o Brasil fez um grande twittaço contra o PL que vincula a dança ao CREF do deputado André Figueiredo/CE. A APRODANÇA apoio e ampliou essa ação por meio de suas redes sociais enfatizando que "O Ensino da Dança é de responsabilidade dos profissionais da área da Dança" e ainda a frase: O CONFEF não representa a Dança.

Fonte:

http://aprodancasc.blogspot.com/2013/10/twittaco-contra-o-cref-confef.html

Continuamos nossa justificativa citando alguns recortes do Plano Nacional de Cultura da Setorial de Dança (2005/2010), destacamos as seguintes falas sobre a preocupação do CREF – Conselho Regional de Educação Física, em relação a fiscalização da linguagem da dança:

- Lucia Matos, Dulce Aquino e a representante do Rio de Janeiro, Ângela Ferreira, dirigiram a Xavier as questões elaboradas pelos grupos no dia anterior. Solicitaram um posicionamento oficial do MEC em relação ao conflito da Dança com o Sistema Cref-Confef. Defenderam a necessidade de que os cursos superiores de dança sejam originados nos Centros de Arte e não nas Faculdades de Educação Física. (Pág. 52 do Plano Nacional de Cultura Setorial de Dança).

- Contou também que o Distrito Federal obteve vitória jurídica contra o Cref – Conselho Regional de Educação Física local (cuja área de abrangência engloba o DF, GO e TO) que ficou formalmente impedido de exercer ação fiscalizatória na área da dança. Sugeriu que os demais estados tentem o mesmo. Sugere que a Coordenação de Dança da Funarte levante todas as pendências no material trabalhado pela Câmara Setorial ate o momento. Citou como exemplos: o convite à Petrobrás para vir à Câmara Setorial de Dança; o texto do Regimento Interno; a solicitação ao MEC para que tome posição formal sobre o conflito com o Cref/Confef – Conselho Federal de Educação Física. (Pág. 80 do Plano Nacional de Cultura Setorial de Dança).

- Rosane Gonçalves apoiou as ações (Capes e Subcomissão no Senado) e confirmou a presença dia 18 (sexta feira). Informou que escolas receberam documento do MEC confirmando que os Crefs não podem exercer fiscalização sobre a dança. (Pág. 81 do Plano Nacional de Cultura Setorial de Dança).

- Surgiram os Sindicatos e com eles a defesa sistematizada da profissão. Desde então grandes esforços têm sido empenhados pela conscientização da categoria na geração de conhecimento do exercício da profissão, na exigência da elucidação das relações de trabalho artístico e em cumprir e fazer cumprir as legislações existentes. Sendo assim, causa-nos absoluta perplexidade a tentativa de ocasionar uma divisão entre categorias afins, excluindo-se a dança inadvertidamente do campo das artes cênicas, ocorrendo nos mesmos excessos, tão combatidos, do CONFEF e seus CREF’s. Tais abusos e excessos, já impedidos através de liminares e sentenças, fundamentadas na Lei 6533/78 e impetradas pelos sindicatos da categoria. (Pág. 97 do Plano Nacional de Cultura Setorial de Dança).

- Lúcia Matos colocou a preocupação de que esse discurso – de dizer que a capoeira tem dança – é o discurso que a ed. física, faz contra a dança – que a dança é movimento e portanto deve ser gerida pelo Cref/Confef. Marcos Moraes explicou que a dança viveu um ataque de outro setor dentro de sua atividade, e isso a mobilizou. O Conselho de educação física quis gerir a atividade docente na área da dança. A mobilização contra isso continua. Rosa Coimbra apontou que há muitos deputados eleitos com apoio do Conselho de Educação Física. (Pág. 141 do Plano Nacional de Cultura Setorial de Dança).

- Foram feitas 3 reuniões. Na primeira o Vitor não estava presente, estavam os secretários do MinC. Para eles era novidade o problema da dança com a legislação. Sobre o Cref/Confef, tudo era novidade para a mediadora e para o próprio MinC. O circo vem apoiando a dança nessa questão, pois está havendo um boom de escolas de circo e eles estão com receio da questão do Cref/ Confef. O Confef agora está querendo fiscalizar o turismo de aventura. Sobre livro e literatura houve um representante da Biblioteca Nacional na reunião. Na questão da tributação, o livro conseguiu desonerar a produção, isso foi um acordo entre MinC e Ministério da Fazenda, num percentual que retornaria para o fundo do livro, mas o fundo ainda não havia sido criado. Os editores estão economizando, mas os artistas ainda não estão recebendo. Foi perguntado como o livro foi desonerado e as outras áreas não, pois a dança também quer ser desonerada. Disseram que existe essa possibilidade, mas ainda não se sabe como, ainda não se tem nada. É um assunto comum a todos, é preciso pressionar. (Pág. 143 do Plano Nacional de Cultura Setorial de Dança).

Fonte:

http://pnc.cultura.gov.br/wp-content/uploads/sites/16/2012/10/plano-setorial-de-danca-versao-impressa.pdf

A preocupação dos artistas da dança em Santa Catarina que trabalham com Breaking vem de encontro do processo da Dança Breaking ser exclusiva do Esporte, e o CREF – Conselho Regional de Educação Física de Santa Catarina, ser órgão fiscalizador das atividades.

Destacamos que para assegurar legitimidade do processo em anexo segue documentos (Declaração de Anuências de B-boys e B-Girls de Santa Catarina, Coletivos (Crews) e Instituições (CNPJ), compondo esse “Dossiê” organizado pela APRODANÇA – Associação de Profissionais de Dança de Santa Catarina (Articulação do GT Registro Breaking SC), com finalidade de iniciar Procedimentos para Instauração de Processo de Registro de Bem Cultural de Natureza Imaterial”, Conforme Decreto 2.504/2004. Segue abaixo a lista dos assinantes:

 

1.         André Tavares de Souza – UDR Crew – Criciúma

2.         Manoel Antonio Flor Júnior – ASDC – Associação Dança Criciúma – Criciúma

3.         Maykon Silveira da Rosa – UDR Crew – Criciúma

4.         Giácono Cristino de Souza - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

5.         Maicon Marcilio Zapelini – Bboy – Jaraguá do Sul

6.         Bruna Fernandes de Aguiar - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

7.         Grasiela Vieira - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

8.         Marcos Paulo Cristofolini – Quilombo Funk Crew – Brusque

9.         Paula Paz Reichert – Bgirl – Garopaba

10.      Atitude Centro de Dança (CNPJ) – Garopaba

11.      Agna Muller – Cia Garopaba Atitude – Garopaba

12.      Júlio Cézar Matos - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

13.      Lucas Gabriel Shimitt – Grupo de Danças Urbanas da Escola de Artes – Lages

14.      Magda Muller - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

15.      Maria Valentina Tavares Klein - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

16.      Mariana Franco Rockenbach – Cia Garopaba Atitude – Garopaba

17.      Marilia dos Santos – Grupo de Danças Urbanas da Escola de Artes – Lages

18.      Mell Coelho Israel - Cia Garopaba Atitude – Garopaba

19.      Natalie Oliveira da Silva – Grupo de Danças Urbanas da Escola de Artes – Lages

20.      Nina Novais Pereira Lobo - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

21.      Renata Mathias Lopes - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

22.      Salésio Padilha – Grupo de Danças Urbanas da Escola de Artes – Lages

23.      Taiane Aparecida Barros – Grupo de Danças Urbanas da Escola de Artes – Lages

24.      Hannah Di Mantova - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

25.      Isis Golle Muller - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

26.      Jahir de Lima Macedo Neto - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

27.      David Botelho de Oliveira – South Flavor – Florianópolis

28.      ADAG – Associação de Dança de Garopaba (CNPJ) – Garopaba

29.      Adriano de Oliveira dos Santos – Start Crew – Balneário Camboriú

30.      ASDC – Associação Dança Criciúma (CNPJ) – Criciúma

31.      Fábio Reginaldo Braz – Conexão Break – Joinville

32.      Vanderson Huther – Start Crew – Balneário Camboriú

33.      Tais Matos - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

34.      Carlos Henrique Persico – Splendor – Lages

35.      Casa do Hip Hop de Criciúma (Coletivo) – Criciúma

36.      Cia de Dança da Unesc (Coletivo) – Criciúma

37.      Marco Antonio Arminda – Cia de Dança da Unesc – Criciúma

38.      Edivilson Rosa Teodoro – UDR Crew – Criciúma

39.      Coletivo Flor e ser (Coletivo) – Criciúma

40.      Gabriella Weis Frasson - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

41.      Guilherme Santos Fant – Star Crew e South Flavor – Florianópolis

42.      IHHC – Instituto Criciumense de Hip Hop – Criciúma

43.      Julia Milan da Silva – South Flavor – Florianópolis

44.      Cristiano Machado Leocadio – Brusque Dance Battle – Brusque

45.      Batalha da Colmeia e Breaking da Pista (Coletivo) – Blumenau

46.      Rodrigo Gonçalves Soares – Impacto Danças Urbanas – Lages

47.      UDR Crew (Coletivo) – Criciúma

48.      Alison Netto da Silva - Grupo de Danças Urbanas da Escola de Artes – Lages

49.      Amanaci Guilardi Matos - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

50.      Ana Laura Fontoura - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

51.      Ana Paula de Matos Eloi - Garopaba Atitude Crew – Garopaba

52.      Anderson Felipe Ribeiro Faccin - Grupo de Danças Urbanas da Escola de Artes – Lages

53.      Angélica dos Santos - Grupo de Danças Urbanas da Escola de Artes – Lages

54.      Bruna de Almeida Ozório - Grupo de Danças Urbanas da Escola de Artes – Lages

55.      Adriana de Fátima Faccin - Grupo de Danças Urbanas da Escola de Artes – Lages

56.      Alessandra Terezinha Netto da Silva - Grupo de Danças Urbanas da Escola de Artes – Lages

 

São 56 (cinqüenta e seis) anuências de dançarinos, grupos, coletivos, associações de municípios de todo o Estado de Santa Catarina, que estão de acordo com os Procedimentos para Instauração de Processo de Registro de Bem Cultural de Natureza Imaterial do Breaking em Santa Catarina.

Foram realizados dois Fóruns Estaduais discutindo sobre o tema, no dia 13 de novembro de 2019,e no dia 20 de marco de 2021. Segue abaixo ata e link de acesso:

No dia dezessete de novembro de dois mil e dezenove, às treze horas, em Garopaba – Santa Catarina aconteceu o terceiro Fórum Estadual da Cultura Hip Hop.  O tema discutido foi “O Breaking nas Olimpíadas e Possíveis Encaminhamentos para o Registro do Bem Imaterial da Cultura Hip Hop Catarinense”, sendo o intermediado pelo Presidente da APRODANÇA – Maxwell Sandeer Flor que mediou as falas dos seguintes convidados: Frank dos Passos – representando o Conselho Estadual de Cultura e a Casa do Hip Hop de Criciúma, Agna Muller – representando ASGAD – Associação Garopaba de Dança, Vinicius Roberto da Silva (Elfo), - Nos Trink Crew, Marcus Israel - Presidente do Colegiado de Políticas Culturais da Grande Fpolis / Diretor Municipal de Cultura de Garopaba. Frank dos Passos destacou que o Breaking é uma linguagem e não pode ser comparada ao esporte, claro que pode ter seus benefícios em relação à mídia, mas corre um grande risco ao deixar ser administrado por alguma instituição esportiva, e por essa razão defende o registro como bem imaterial de Santa Catarina. Agna Muller pontuou que esteve representando o colegiado no Ministério da Cultura e que foi incluído a Cultura Hip Hop como área de conhecimento dos Griôs, sendo uma cultura que passa pela oralidade, e que é uma justificativa plausível para considerar como bem imaterial de Santa Catarina. Vinicius Roberto da Silva (Elfo), deixou claro em sua fala que Breaking não é esporte, e como educador físico, graduado em Educação Física declara que o conhecimento acadêmico contribui para a formação do Bboy (dançarino), porém não é uma premissa acadêmica, e sim da cultura popular atual. Marcus Israel reconhece o trabalho do Atitude Cia de Dança de Garopaba, que utiliza a linguagem do breaking em suas coreografias e destaca que é uma linguagem artística, bem longe de ser uma modalidade esportiva, é a favor do registro do bem imaterial para que esta manifestação não perca sua essência, declara. Finalizada as falas dos convidados, Maxwell abriu para manifestação dos participantes do fórum, sendo que  Wagner Rodolfo Horbe – representando Nos Trink Crew, destacou que o Breaking viverá mais uma vez uma década de difusão, assim como os filmes da década de 80, é fato que acontecerá a competição esportiva na Olimpíada de 2024, porém temos que ter cuidado para que isso não seja uma fiscalização por meio de uma instituição única no Brasil. Questiona: qual o posicionamento dos artistas da cultura Hip Hop sobre isso? Henrique Bianchini – especialista em Hip Hop, destacou que está preocupado com este processo de esportificação do breaking, parabenizou Santa Catarina em organizar espaço de discussão sobre o tema, comenta que a Cultura Hip Hop é o maior movimento juvenil do mundo, e que este movimento é político, sendo político deve dialogar com as instituições representativas, bem como o governo. Ramon Marcos Cunha – capoeirista de Garopaba, comentou que a capoeira passou por processo semelhante, onde o CREF queria gerenciar os mestres de capoeira, obrigando a ter licenciatura em Educação Física para ministrar aulas nesta manifestação cultural, e que os praticantes do Breaking devem se manifestar ao contrário sobre a espotificação desta linguagem. Maxwell Sandeer Flor, lembrou que APRODANÇA realizou várias campanhas contra o CREF de Santa Catarina, pois estava fiscalizando arbitrariamente várias escolas de dança no Estado, e que houve resultado positivo em questão que a dança é uma linguagem artística e não apenas uma atividade física abrigada no campo acadêmico da Educação Física. Ainda complementa que os artistas da Cultura Hip Hop devem se manifestar sobre o “Breaking nas Olimpíadas” pois a Federação Brasileira poderá se organizar junto com o CREF e iniciar um processo de fiscalização desta linguagem, uma vez que tratada como esporte. Rogério Ribeiro – representante do Atitude Cia de Dança de Garopaba, defende abertamente que o Breaking é uma manifestação cultural, passada pelo “fazer e saber” e que participou de uma mesa de debate sobre o assunto em Curitiba/PR, onde se preocupou com a fala de um dos convidados, destacando que os representantes da Confederação poderão futuramente até embargar os eventos de breaking no Brasil, caso não esteja agregado a esta instituição. Maxwell passou a palavra para Rodrigo Rosa, Gerente de Patrimônio Imaterial da Fundação Catarinense de Cultura para concluir as falas, sendo que Rodrigo destacou que em primeiro lugar  temos que definir o “que” queremos registrar, e ter o mínimo de concordância entre os fazedores de cultura do Hip Hop de Santa Catarina. Fez uma explanação sobre o que é um Registro de Patrimônio Imaterial, dando alguns exemplos. Orientou sobre como proceder no processo, e que é de suma importância obter anuências de artistas, coletivos, grupos e instituições é fundamental para o processo de registro imaterial nesta proposição. Sublinhou que não adianta entregar certificado por questão de mérito cultural, precisamos de manifestações amplamente dos mestres do “saber” desta cultura, para o devido encaminhamento. E ainda, precisamos identificar como a Fundação Catarinense de Cultura pode servir para realizar ações de salvaguarda em nosso Estado nesta manifestação artística” reflete Rodrigo. Maxwell, perguntou aos trinta e oito presentes no fórum se todos concordam com abertura do processo de registro do “Breaking” como Bem Imaterial de Santa Catarina, salvaguardando como manifestação cultural e não como modalidade esportiva olímpica, todos presentes concordaram. Em seguida perguntou aos presentes se é de comum acordo que APRODANÇA faça esse encaminhamento institucional para iniciar este processo junto a Fundação Catarinense de Cultura, e novamente todos concordaram. Não tendo mais nada para registrar eu, Maxwell Sandeer Flor, encerro está ATA que por mim foi lavrada, compartilhada e aprovada entre os presentes registrado na publicação do Blog da APRODANÇA, no dia vinte de novembro de dois mil e dezenove,  referente a terceira edição do Fórum Estadual da Cultura Hip Hop de Santa Catarina.

Link de acesso:

http://aprodancaatas.blogspot.com/2019/11/ata-do-3-forum-estadual-da-cultura-hip.html

Continuando com o processo de discussão sobre o tema no dia 20 de março de 2021 organizamos o primeiro Fórum Estadual de Breaking de Santa Catarina:


Ressaltamos as deliberações do Fórum Estadual de Breaking Santa Catarina, realizado no dia 20 de março de 2021, com registro de ata e link de acesso abaixo:

No dia vinte de março de dois mil e vinte um, na sala virtual meet.google com endereço meet.google.com/bpv-vjsg-qsq  aconteceu a primeira edição do Fórum Estadual de Breaking Santa Catarina, com a presença de 33 (trinta e três) agentes culturais: Marcos Paulo Cristofolini (Brusque), Oséas Lourenço da Silva (Jaraguá do Sul), Marcelo Seixas (Florianópolis) Presidente do CEC, Maxwell Sandeer Flor (Criciúma) Presidente da Aprodança, Sueli Dors (Lages), Ingrid Cristina Lacerda de Paula (Joinville), Guilherme Santos Fant (Florianópolis), Rogério Ribeiro (Garopaba), Andressa Gomes Flor (Criciúma), Gabriella Frasson (Garopaba), Agna Müller (Garopaba), Giácomo Cristino de Souza (Garopaba), Ana Laura Fontoura (Garopaba), Nina Novais (Garopaba), Vanderson Huther (Balneário Camboriú), Renan Batschauer (Blumenau), Viviane Caliskevstz (Lages) Conselheira do CEC, Amanaci Guilardi Matos (Garopaba), André Tavares (Criciúma), Gleyson Patrick Pinheiro (Florianópolis), Vitor Cardoso da Rosa (Forquilhinha), Adriana Guimarães, Ana Paula Batista (Timbó), Mariana Furtado Pacheco (Garopaba), Dino de Lucca Moreira (Jaraguá do Sul), Dudu Dacasta (Jaraguá do Sul), Allan Charleson Franco da Silva (Balneário Camboriú), Guilherme dos Santos, Gleyson Patrick Pinheiro (Florianópolis), Hannah Di Mantova (Garopaba), Oscar Junior, Frank Passos (Criciúma), Wagner Wagz (Florianópolis). Maxwell Sandeer Flor iniciou o Fórum Estadual de Breaking Santa Catarina, introduzindo sobre a importância do momento de espaço para discussão do futuro e preservação da linguagem "Breaking", elemento que integra a cultura Hip Hop, e que o Fórum originou a partir das discussões e encaminhamento do 3º Fórum da Cultura Hip Hop de Santa Catarina, realizado em Garopaba, no dia 17 de novembro de 2019. Agradeceu todos os presentes e reforçou sobre as pautas a serem discutidas serão: Breaking nas Olimpíadas e o Registro de Patrimônio Imaterial Catarinense. Marcelo Seixas, Presidente do Conselho Estadual de Cultura de Santa Catarina iniciou as falas prestando homenagem ao movimento da Cultura Hip Hop na proposição do Fórum, entende que é um processo que deve seguir as normativas para que logo chegue ao Conselho Estadual de Cultura para dar o parecer sobre a matéria, e comenta que não deve ter dificuldades para “não” avançar no processo de registro, fala que é o momento delicado Brasil, onde precisamos tecer articulações e criar espaços de representação e pleitear as agendas em comum. Agradece pelo convite e pede licença para sair por motivo de participar de outra agenda, e que volta em seguida. Maxwell coloca que já aconteceu três Fóruns da Cultura Hip Hop de Santa Catarina, e que houve necessidade de fazer especificamente na linguagem do Breaking, por questão de demanda e deliberação coletiva. A segunda convida Viviane Regina Calikevstz - Conselheira Estadual de Santa Catarina (Patrimônio Cultural Imaterial) inicia sua fala agradecendo pelo convite de participar do Fórum. Comenta que só o fato de estarmos organizados e reunidos no Fórum para que se estruture, é questão de validação junto à sociedade e aos órgãos governamentais. De forma geral apresentou histórico sobre a Legislação do Bem Imaterial nas esferas estadual, federal e global. Questiona algumas situações para que o Fórum pense a respeito: A legislação da dança tem seu Registro Profissional, e como se acontece esse processo do registro de bailarino, dançarino no Brasil? Se em diferente instancias de governança, será que eles entendem sobre a linguagem da dança? Será que os profissionais de Educação Física têm amplo conhecimento sobre os processos de Patrimônio Cultural ImaterialSerá que a banca avaliadora dos Profissionais de Educação Física tem condições de avaliar o agente cultural de Breaking? Questiona ainda: O quanto esse reconhecimento na estruturação do Breaking como esporte será benéfico para o Mestre, Griô do Breakin. Finaliza que as análises do registro será um caminho cheios de pedras, e que esse reconhecimento será importante, mas que as legislações podem trazer algumas armadilhas em relação ao processo administrativo, finaliza. Rogério Ribeiro como terceiro convidado inicia sua fala com algumas particularidades do Breaking, e comenta a importância desta linguagem que é a transmissão dos saberes, de geração para geração e salvaguardar essa prática pela oralidade é fundamental, falou que a geração dele recebeu o aprendizado dos bboys da década de 80, e que aprendeu em na década de 90, e que transmitiu seus conhecimentos na década de 2000, e assim por em diante. Ok, as olimpíadas vão acontecer, e esperamos que seja o processo positivo, e que a nossa geração seja uma geração que se preocupou em salvaguardar o Breaking como manifestação cultural. Temos que se preocupar com órgãos sim, como CREF (Conselho regional de Educação Física). Por exemplo, o Maracatu, imaginem o CREF vindo fiscalizar e “polir” o processo cultural do Mestre de Maracatu e descaracterizar a identidade cultural dessa manifestação. O B.boy Gui (Guilherme Santos Fant) de Florianópolis/SC, confessa que está sendo algo novo, por que o Breaking é muito intuitivo, e se preocupa com ato do Breaking se tornar um esporte, e confessa que particularmente sua preferência no Breaking é pelo “Life Style”, comenta que é um autodidata dentro desse processo artístico, e por entender esse processo houve mais compreensão sobre alguns processos comportamentais, como por exemplo, o preconceito. Questiona: como estar presente hoje na escola sendo que o Breaking é considerado como esporte? As competições nem sempre estão à disposição para todos, e como fica a questão da inclusão social? O esporte pode massificar, por meio das “marcas” e isso me preocupa, finaliza sua fala. B.boy Oséas - Oséas Lourenço da Silva de Jaraguá do Sul inicia sua fala comentando sobre as “Federações”, e que acredita que o Breaking nas Olimpíadas ele veio para agregar, e isso vai levar essa arte de forma universal. Existe um procedimento para tornar-se uma “Confederação”, ou seja precisa pelo menos três federações estaduais, e todas devem seguir o mesmo procedimento.  Se preocupa com os órgãos que podem fiscalizar a dança Breaking, e não podemos simplesmente passar o Breaking como Esporte e deixar todo seu lado cultural e social, e mesmo não sendo um grande mestre já estou passando para a nova geração. Destaca o CNDD – Conselho Nacional de Dança Esportiva, que pode ser um órgão fiscalizador, já pensou nós organizando um evento de Breaking e vim esse órgão dizendo que não podemos fazer por que não somos filiados? São processos que já aconteceu com a capoeira por exemplo e outra coisa o Breaking nas Olimpíadas tem que vim para agregar e não para travar o que já existe, finaliza. Inicia as falas dos escritos, e pela ordem Agna Muller (Garopaba), comenta que já superou o Breaking nas Olimpíadas, e que confessa que não foi fácil essa superação. Considerando o aspecto mundial, no Brasil temos uma peculiaridade, que é o CREF. E, nenhum outro país corre esse risco de existência desta dança como “cultura”, nenhum outro país corre o risco de que para realizar aulas de Breaking deve ter uma Graduação em Educação Física. Então, realmente é mesmo um risco de existência, e pergunto: qual será a chance que nós griôs, mestres, praticantes e fazedores culturais não podermos estar juntos com nossos pares. São Paulo já iniciou o processo de Registro de Patrimônio Imaterial, e cabe nós aqui em Santa Catarina iniciarmos também. Existem Leis que protegem os Griôs (Mestre de Saberes), e será que a Legislação Esportiva garante a parte cultural transmitida pela oralidade? Eu acho que não! Acredito que não contempla os aspectos culturais em seu DNA. Temos que se preocupar o Breaking como Esporte, e que pode se transformar como exclusividade técnica, e não acredito que o Breaking precisa de ter técnicos formados, acredito que o Breaking é resistência. Agna finaliza agradecendo pela organização de todo Fórum e informa ainda que Garopaba possa implementar a cadeira da Cultura Hip Hop no Conselho Municipal de Políticas Culturais, e Maxwell destaca que fazem seis anos que o movimento tenta implementar em Criciúma, e que o movimento não desistirá da cadeira no Conselho. Bboy Renan (Start Crew) inicia sua fala destacando que sentiu a necessidade de estar presente nesse Fórum, e refletindo sobre Breaking nas Olimpíada, acredita que pode agregar muito para o Breaking. Caiu conexão de Bboy Renan. Dando continuidade a B-girl Gabriella Frasson (Garopaba), inicia parabenizando pela organização do Fórum, fala que minha vivência vem da parte da transmissão do saber, o Breaking como manifestação artístico-cultural, e sou a favor do registro do Patrimônio Cultural Imaterial, e acho que só vem para fortalecer, como a Viviane falou, temos vários caminhos e percalços para percorrer, mas estou junto para correr junto. O Breaking não é apenas Esporte, e a força midiática pode destorcer isso, e finalizou que o Breaking é cultura e arte. Bboy Renan conseguiu voltar à conexão, e concluiu a fala, destacando que o Breaking faz parte das Danças Urbanas, e se preocupa com o comércio do Breaking na utilização de coreografias. É momento para explorar pelo fato de estar na mídia como esporte olímpico, finaliza. Na inscrição, Bboy André Tavares (Criciúma) inicia sua fala que hoje tem muita informação sobre o tema, e como o Bboy Gui, sou também um autodidata, e quero deixar aqui minha disposição para colaborar nesse grupo, e comenta que tudo tem seu ponto positivo e negativo a respeito do Breaking da Olimpíada, finaliza. Dino de Lucas Moreira Inicia sua fala relatando sobre as ações e projetos de Jaraguá do Sul, e comenta sobre a experiência de sua esposa como patinadora, e comentou de um fato que um patinador ganhou uma questão jurídica no Supremo, por questão que o Curso de Graduação de Educação Física, não tem disciplinas específicas para Patinação, e que não devemos se preocupar com o CREF. Conclui que Santa Catarina deve se organizar para fazer sua Federação de Breaking. Vitor da Rosa (Forquilhinha), se apresenta começa sua fala sobre os processos de escravidão linkando com a fala da Viviane, enfatizando que a escravidão do Brasil é fator principal pela “cor da pele”, relata sobre o tema do seu Projeto aprovado pelo Edital Elisabete Anderle de Cultura sobre “Breaking: Confluências e Desdobramentos na Dança em Contextos Sociais Periféricos”, e entende que existe vários outros povos que sofrem preconceitos e principalmente nas periferias, contextualiza historicamente sobre a cultura Hip Hop e seus aspectos de “embraquecimento” do Breaking. Comenta que o Breaking nas Olimpíada, pode sofrer muita em sua essência. Coloca que a mídia é favorável desde o tempo da década de 90, e isso foram alteradas em sua essência, conforme algumas entrevistas em nossa pesquisa. Vitor coloca que o Graffiti já passou por algo parecido, e que o DJ já se mudou sua cultura e já está ramificada em outros aspectos. Relata que opinou em fazer graduação em dança na Universidade de Estadual de Paraná, e que foi o primeiro Bboy a fazer essa graduação naquela instituição. Temos que refletir o seguinte: que Breaking é arte, e por ser arte é dança. Mas é uma arte e dança com auto-rendimento físico, então temos sim de estar nesse espaço esportivo, e precisamos lutar por mais espaço a exemplo dos DJs, Grafiteiros e MCs, e não é verdade que “todos” têm seus espaços, mas precisamos lutar por mais espaços. Até entendo o processo de “esportização” do Breaking, e entendo que o acesso da Universidade é para poucos, por exemplo em Santa Catarina tem apenas uma graduação em dança, na cidade de Blumenau (FURB), mas nem todos têm condições de encarar uma Universidade particular, principalmente quando é negro e periférico, finaliza. Marcelo Seixas em sua segunda fala puxa a discussão em um ponto reflexivo, observando o avanço do Breaking no estatuto de Esporte Olímpico. É claro que vai ter as pessoas que vão praticar o Breaking no campo de tradição cultural, esse conflito é normal. Podemos dar como exemplo a situação da medicina com acupuntura, quem pode exercer essa profissão? A capoeira é outro exemplo que a pouco tempo foi considerada como Bem Imaterial da Humanidade, pois é considerada uma luta, esporte e manifestação cultural. A pergunta o que está à mesa é uma questão de defesa de mercado, ao ser alçado o Breaking como Esporte Olímpico, será que vai fechar as portas? Acredito que pelo contrário, dará mais visibilidade ao movimento. O Hip Hop e o Breaking são culturas que incomodam?  Não! Mas os povos que praticam sim! Quando um pobre, negro e periférico pratica, aí quem sabe ele é mal visto por um olhar preconceituoso de uma classe, no sentido de exclusão. Não podemos dizer que o Breaking é uma cultura mal vista, pois ao conseguir um patamar de Esporte Olímpico já é um reconhecimento internacional. O que me parece aqui nessa discussão é no fato se “haverá ou não” descaracterização do Breaking, e haverá dificuldades de as pessoas acessarem essa cultura como esporte. Eu “pedalo”, mas isso não quer dizer que sou ciclista, para concorrer como Esporte, terei que ser filiado em uma Federação e ter treinos específicos para participação como atleta. Como sugestão de proposta de encaminhamento, me parece o caminho mais tranqüilo é a questão do reconhecimento do Breaking como Registro Patrimônio Imaterial de Santa Catarina, pois basta esse griô se conhecer, e a comunidade que lhe “cerca” reconhecer como um mestre do saber, para ter esse título. O reconhecimento do Breaking como Registro Patrimônio Imaterial de Santa Catarina garantirá e segurança jurídica e administrativa, mesmo que o Breaking sendo um Esporte Olímpico, no campo jurídico será uma manifestação artística. Essa é minha contribuição e parabéns pela discussão desse Fórum. Maxwell agradece a fala de Marcelo e exemplifica o Skate, que também foi reconhecido como Esporte Olímpico, e que também é formado por vários elementos culturais como oralidade, vestimenta e modo de vida. Independente do Skate ser esporte ou não o modo operante cultural das tribos skatistas irá se manter, assim como os praticantes do Breaking. Frank dos Passos inicia a fala acrescentando sobre uma reflexão do Skate, e considera que é importante ter uma associação ou federação de Breaking para unir e manter a construção cultural do Breaking. Fala que no skate em Santa Catarina, estamos deparando com algumas “cartas marcadas” e por isso sou a favor de constituir uma associação em Santa Catarina, mas também é preciso registrar como Patrimônio Cultural Imaterial. E como vamos decidir quem é o profissional de Breaking? E, ainda quem é o melhor ou quem é o pior b.boy ou b.girl, quem vai julgar? Conte comigo nessa luta, pois precisamos dar apoio para essa cultura, afim de chegar ainda mais nas periferias, pois a cultura salva vidas, finalizou Frank. Maxwell anunciou a última fala na ordem das inscrições para o b.boy Wagner Vagz. Wagner iniciou sua fala destacando que a dança Breaking está em processo de transformação, é uma dança nova ainda, de 40 anos. E, ainda está em desenvolvimento, e temos que entender a questão cultural dos Estados Unidos, que é um país consumista, e de mercado. E o movimento do Breaking nas Olimpíadas, é um processo de “luz mental”, de força midiática, que vai movimentar muitas pessoas para evoluir essa dança. Caso vim se entender que os professores e técnicos terão que ter a graduação de Educação Física, que venha ser, desde que o coletivo aprove, temos que participar desse processo de discussão. E, mesmo assim o Breaking não vai deixar de passar sua essência por meio de rodas, da fala, de “boca a boca”, pela transmissão do saber. E vamos continuar considerando nossos mestres desta cultura. Isso vai se manter para sempre, a Olimpíada é mais uma luz, e essa luz é um caminho para o progresso. Outra questão é sobre crenças, imaginam que no início os adolescentes dançando na rua, no papelão, e agora nesse momento tornando-se uma modalidade olímpica. E para quebrar essas crenças, precisamos continuar com as ferramentas divinas: o DJ, o Graffiti, o MC, o B.boy e a B.girl são ferramentas de luz, concluiu. Finalizando o Fórum Estadual de Breaking Santa Catarina, Maxwell leu o registro de Rodrigo Rosa - Gerente de Patrimônio Imaterial da Fundação Catarinense de Cultura do 3º Fórum Estadual de Cultura Hip Hop “Primeiro temos que definir o “que” queremos registrar, e ter o mínimo de concordância entre os fazedores de cultura do Hip Hop de Santa Catarina. Obter anuências de artistas, coletivos, grupos e instituições é fundamental para o processo de registro imaterial nesta proposição. E, não adianta entregar certificado por questão de mérito cultural, precisamos de manifestações amplamente dos mestres do “saber” desta cultura. E ainda, precisamos identificar como a Fundação Catarinense de Cultura pode servir para realizar ações de salvaguarda em nosso Estado nesta manifestação artística”, destacando sobre a especificação do Fórum de Breaking. Acatou a sugestão de Marcelo Seixas em formar um GT para encaminhar dossiê para FCC com propósito de registrar o Breaking como Patrimônio Imaterial de Santa Catarina. Colocado em regime de votação, a maioria concorda com a proposição se manifestando no chat. Aprovado e encerrado os encaminhamentos às dezoito horas e quatorze minutos finalizou a primeira edição do Fórum Estadual de Breaking Santa Catarina, e essa ata foi lavrada pelo Presidente da Aprodança Maxwell Sandeer Flor e aprovada pelos convidados do Fórum e pelo GT Registro Breaking SC.

Acesso do Vídeo Fórum Estadual de Breaking Santa Catarina:

https://drive.google.com/file/d/1TOSdh0ctmMvsW93N-dJCeyKcTZELRUh3/view?usp=sharing


Link de acesso da Ata:

http://aprodancaatas.blogspot.com/2021/03/ata-forum-estadual-de-breaking-santa.html

 

A APRODANÇA – Associação de Profissionais de Dança de Santa Catarina, avalizada por um coletivo de dançarinos urbanos (B.boys e B.girls) composto pelo Grupo de Trabalho (GT Registro Breaking SC), finaliza essa JUSTIFICATIVA apoiando a instauração do processo de Registro do Patrimônio Imaterial do Breaking, como Manifestação Cultural do Estado de Santa Catarina.

Temos consciência dos documentos apresentados na composição desta justificativa, bem como seu anexo (Declarações e Clipagens), que fazem parte do Dossiê que têm como finalidade iniciar “Procedimentos para Instauração de Processo de Registro de Bem Cultural de Natureza Imaterial”, Conforme Decreto 2.504/2004.

Atenciosamente, 

Maxwell Sandeer Flor - Presidente da Aprodança

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Segue ofício abaixo: