terça-feira, 13 de junho de 2017

Artigo Simone Duarte

A Evolução do Mundo e o Ballet

Há um vídeo que viralizou nas redes sociais onde um senhor compara as evoluções do mundo com o sistema de ensino em diversos países. Ele exemplifica com um carro fabricado em 1927, que possui características completamente distintas de um carro moderno, mostra também um dos primeiros modelos de telefone e depois um smartphone, onde a essência (comunicação) continua a mesma, mas os processos foram melhorados.

Na área cultural as mudanças também foram drásticas. A forma de produzir e difundir a música mudou completamente nos últimos tempos, inclusive a língua portuguesa passou por alterações que vão desde a forma de falar até a mudança na grafia de várias palavras, mais um exemplo onde a essência foi mantida, porém os processos evoluíram para melhor.

Em 1927 foi criada a escola de ballet do Teatro Municipal do Rio de Janeiro (Escola Estadual de Dança Maria Olenewa) e por um longo período o investimento por parte do setor público foi considerável, mas atualmente os bailarinos desta instituição fazem campanha para arrecadação de alimentos por estarem há meses sem salário.



Nas escolas privadas o quadro também é muito preocupante no Brasil, mesmo entre as mais tradicionais, sendo que algumas estão em estado precário e outras já chegaram à falência completa por falta de alunos.

Mudanças tão radicais na sociedade geram a necessidade de adaptação ou corremos o risco de ver nossa arte perecer quando não há evolução.

Pesquisando para a elaboração de meu próximo livro encontrei uma sapatilha de ponta fabricada pela Chicago Theatrical Shoe Company, em 1927, que possuía uma ponteira de metal! Vale a comparação com as sapatilhas de ponta utilizadas hoje, projetadas com alta tecnologia. Todas estas mudanças foram motivo de muita polêmica, algumas ainda são.

Voltando ao assunto inicial: atualmente as crianças assimilam o conhecimento de uma maneira diferente, pois têm acesso a informações e processos que nenhuma outra geração teve, ou seja, respondem de forma diferente para cada tipo de estímulo.
É preciso manter a essência, mas os processos podem ser melhorados

Escrevo este artigo para sugerir um debate propositivo em três perguntas:

1 - Em relação a todas estas mudanças, como está o ballet?

2 - A forma como o ballet está sendo ensinado, é para crianças “de hoje” ou do “século passado”?

3 - As escolas de dança, de forma geral, estão preparadas para sobreviver após estas alterações educacionais e sociais pelas quais o nosso país tem passado? Ou estão fadadas ao fracasso?


Por Simone Duarte
www.sdballet.net

Nenhum comentário:

Postar um comentário